Nunca tinha perdido nada, e não estava acreditando que tinha perdido uma das três cópias das chaves do meu apartamento.
Aqui as chaves são cheios de frufrus e dizem que custa bem caro para fazer uma cópia.
MAS graças ao meu querido Santo Antonio (que nunca me deixa na mão) e com o empurrãozinho do Negrinho do Pastoreio, essa tarde encontrei as chaves... Devo ter deixado cair no porão do apartamento novo, mas eu encontrei o chaveiro pendurado na sala onde têm os varais para secar roupa (detalhe: nunca tinha entrado nesta sala até hoje... não sei o que me fez entrar lá hoje!)
Obrigada meus queridos santinhos,
Paguei minha promessa e agora estamos quites para a próxima (toc...toc...toc...)
Santo Antonio + Negrinho do Pastoreiro = Reencontro das Chaves + Pagando promessas |
O NEGRINHO DO PASTOREIRO
MITOS E LENDAS DO RIO GRANDE DO SUL – Antônio Augusto Fagundes
No tempo dos escravos, havia um estancieiro muito ruim, que levava tudo por diante, a grito e a relho. Naqueles fins de mundo, fazia o que bem entendia, sem dar satisfação a ninguém.
Entre os escravos da estância havia um negrinho, encarregado do pastoreio de alguns animais, coisa muito comum nos tempos em que os campos das estâncias não conheciam a cerca de arame: quando muito alguma cerca de pedra erguida pelos próprios escravos, que não podiam ficar parados, para não pensar em bobagem... No mais, os limites dos campos eram aqueles colocados por Deus Nosso Senhor nos, cerros, lagoas.
Pois de uma feita o pobre negrinho, que já vivia sofrendo as maiores judiarias às mãos do patrão, perdeu um animal no pastoreio. Prá quê! Apanhou uma barbaridade atado a um palanque e depois, cai-caindo, ainda foi mandado procurar animal extraviado. Como a noite vinha chegando, ele agarrou um toquinho de vela e uns avios de fogo, com fumo e tudo e saiu campeando. Mas nada! O toquinho acabou, o dia chegando e ele teve que voltar para a estância.
Então foi outra vez atado no palanque e desta vez apanhou tanto que morreu, ou pareceu morrer. Vai daí o patrão mandou abrir a "panela" de um formigueiro e atirar lá dentro, de qualquer jeito, o pequeno corpo de negrinho, todo lanhado de "laçado e banhado em sangue.
No outro dia, o patrão foi com a peonada e os escravos ver o formigueiro. qual não é a sua surpresa ao ver o negrinho do pastoreio vivo e contente, ao lado do animal perdido.
Desde aí o Negrinho do Pastoreio ficou sendo o achador das coisas extraviadas. E não cobra muito: basta acender um toquinho de vela ou atirar num canto qualquer um naco de fumo. (mais)
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